Brasil vai a 88 Leões em Cannes | Design, Entertainment, Music, Media e Product Design


O bonde BR segue embalado no Cannes Lions. Somente nesta quarta-feira, 21, tacale mais 17 Leões para o Brasil: 4 em Design, 4 em Entertainment, 3 em Entertainment Lions for Music, 5 em Media e um inédito em Product Design, totalizando 88 Leões.

No antepenúltimo dia do evento, com 17 dos 23 júris encerrados, agências BRs já quase igualaram o total do ano passado, quando trouxeram na bagagem 90 Leões [10 Ouro, 22 Prata e 58 Bronze].


Lembrando que nessa edição houve aumento de 7,7% nas inscrições do Brasil e queda de 4,5% de inscrições totais. Ainda assim, pode aplaudir de pé! Aumentamos de 10 para 12 o número de Leões de Ouro e de 18 para 26 o de agências premiadas - inclusive saindo do eixo São Paulo - Rio de Janeiro, como a curitibana Furf e a mineira New360, que faturaram Bronze em Product Design, o primeiríssimo Leão do Brasil na categoria, e Media, respectivamente.

No ranking de agências, Almap segue na liderança com 20 Leões, seguida pela Ogilvy com 10, no encalço vem DM9 com 9, Grey com 8 e Africa com 7.

Restam 6 categorias pra terem revelados os resultados. Vamos fazendo!

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A seguir, confira os Leões por categoria e, no final do post, o ranking BR completo, considerando o peso de cada Leão - 7 pontos para Ouro, 5 para Prata e 3 para Bronze, de acordo com a regra do festival.

DESIGN - 4 Leões para o Brasil

*Prata*
"The Corruption Converter", da FCB para Estadao [2 Leões]
"The Colour of Corruption", da Grey para Reclame Aqui
"Favelagrafia", da NBS para Apple


A iniciativa fotografou morros do Rio de Janeiro com enfoque ao largo dos clichês. Fotógrafos de nove comunidades como Alemão, Santa Marta, Rocinha, Prazeres e Borel receberam iPhones e registraram fotos sobre a real de lugares geralmente associados à violência. A imagem de maior repercussão mostra meninos da favela do Turano empunhando instrumentos musicais ao invés de armas



O GP de Design, o primeiro prêmio máximo da Tailândia em Cannes, fascinou os jurados por ser um campo de futebol "fora do comum".

Em formato não retangular, no espaço em que fosse possível na comunidade Khlong Toei, uma área superpopulosa de Bangkok com poucos lugares livres para lazer, o "Unusual Football Field" promoveu o relacionamento entre as pessoas.


Vamos combinar que o projeto "Unusual Football Field" da AP Thailand e CJ Worx para AP Public Company Limited não é muito diferente do que ocorre aos montes pelo Brasil, com seus campinhos incluindo uma variedade de improvisos muito maior, como medidas irregulares, inclinações, pisos impróprios etc. Mas o trabalho encantou os jurados a ponto de vencer o badalado "The fearless girl".

"O júri se emocionou com esses dois cases, pois o que realmente importa no design é deixar uma mensagem para o mundo. O Grand Prix criou a oportunidade de mudar a vida de uma parcela da população. E foi uma solução com pouca verba para integrar as pessoas", argumentou Mario Narita, sócio da Narita Design e representante brasileiro no júri.


ENTERTAINMENT - 4 Leões para o Brasil

*Prata*
"The Debut", da Africa para Budweiser/ESPN

*Bronze*
"Xuxa and the Missing Child", da Soko para Netflix [Veja a publicação original]
"Favelagrafia", da NBS para Apple
"Sounds Of Conquest", da nova/sb para CAIXA


O Grand Prix de Entertainment foi para o curta "Beyond Money", da MRM/McCann Madrid para o Banco Santander. "Eu pagaria para ver [o curta]", afirmou o presidente do júri da categoria, PJ Pereira, cofundador da Pereira & O'Dell, destacando que o case resume bem os caminhos que a indústria de comunicação deve traçar daqui em diante.

Com 17 minutos, o curta que estreou nos cinemas em abril conta a história de uma mulher que vende algumas de suas memórias para ajudar o marido. Ambientada no futuro, a trama também foi exibida em agências do Santander e, depois, na web. A campanha foi desenvolvida para uma conta de investimentos lançada pelo banco.


"Doze anos atrás, quando estava no júri de Cyber, para mim estava claro para onde iria a indústria. Hoje, vejo isso no entretenimento. Estamos competindo pelo tempo das pessoas. Antes, uma marca podia colocar sua mensagem [na mídia] e ficar interessante. Agora ela tem de ser interessante para ter a oportunidade de falar", completou PJ. Projetos de entretenimento, na opinião do brasileiro, mostram como é possível seguir nessa linha. "As decisões são tomadas on demand. Nesse cenário, a qualidade do trabalho criativo é a primeira decisão a ser feita por uma marca", finalizou.

O GP da categoria tem brasileiro na ficha técnica: Miguel Bemfica, Chief Creative Director da MRM/McCann de Madrid. "Se você quer se conectar de verdade com os millennials, você tem que ir além da publicidade convencional", comentou sobre o projeto o diretor geral de criação.

Confira o curta:




ENTERTAINMENT LIONS FOR MUSIC - 3 Leões para o Brasil

*Prata*
"More Than 70%", da JWT para Instituto Azmina
"Parkinsounds", da Havas Life para Teva Neuroscience

*Bronze*
"On Hold Music Festival", da Grey para Reclame Aqui


O GP de Entertainment for Music foi para o espetacular "Original is never finished", da Johannes Leonardo de Nova York para Adidas Originals.

A escolha do trabalho foi unânime entre os jurados. "Tem criatividade e originalidade e foi usado com muito sucesso em multiplataforma", disse o presidente do júri, Olivier Robert-Murphy, da Universal.

Confira:




MEDIA - 5 Leões para o Brasil

*Bronze*
"The Cliché", da Publicis para Heineken
"Foot Type Test Ad", da Neogama para Asics
"The Fantastic Problem Solving Machine", da Z+ para AACD [Veja a emocionante ação da Fantástica Máquina Resolvedora de Problemas]
"The Colour of Corruption", da Grey para Reclame Aqui
"Let’s Change the Numbers", da New360", para Cruzeiro Esporte Clube / ONG Azmina [Veja a publicação original]


O Grand Prix de Media foi para "Innovative Saving", da R/GA [EUA] para Jet.com.

Confira:




PRODUCT DESIGN - 1 Leão para o Brasil

*Bronze*
"Confetti Prosthetic Leg Cover", do Furf Design Studio para Ethnos / Confetti

Sim, nós temos Leão em Product Design. O primeiríssimo do Brasil na curta história da categoria no Festival de Cannes é obra de uma agência fora do eixo São Paulo - Rio de Janeiro.

O curitibano Furf Design Studio desenvolveu o projeto "Confetti Prosthetic Leg Cover" para Ethnos.


O trabalho consistiu na criação de capas coloridas e personalizadas para próteses de pernas, chamadas Confetti. Com objetivos funcionais e emocionais, elas melhoraram a vida de quem necessitava de uma opção menos agressiva de prótese.

A iniciativa teve produção em massa e representou uma redução de custos de 80% em relação ao resto do mercado. Os três valores propostos pela Confetti são: barata, colorida e democrática.


Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas a alegria dos BRs em Product Design acaba por aí. "O país teve presença pequena na categoria. Cannes é sinônimo de publicidade, embora tenha se ampliado. E designers ainda não separam isso. Alguns projetos estavam fora da categoria correta. É preciso mais informação ao brasileiro de que Cannes também é design", ressaltou a designer e consultora Elisabeth Castanheira, representante do Brasil no júri.

O GP de Product Design é da Colômbia. Conquista da Grey [Bogotá] para Tigo-Une pelo trabalho Payphone Bank, que venceu em disputa apertada, "Spetacles", do Snapchat - o óculos que grava snaps.


O case premiado tem como objetivo ajudar pessoas de baixa renda a poupar dinheiro e integrá-las ao sistema financeiro - a maioria dos colombianos pobres não possui conta em banco. A solução: elas precisam apenas abrir contas e colocar as moedas que lhes sobram em telefones públicos - que, graças à tecnologia, se tornaram terminais bancários. 

Há 6,5 mil telefones deste tipo espalhados por Bogotá. Eles possibilitam, inclusive, que sejam feitas compras de produtos básicos.


A jurada brasileira, Elisabeth, falou sobre a escolha do trabalho: "O design de produtos não é apenas fazer a luminária de US$ 10 mil, mas sim estar atento ao que está acontecendo no mundo para causar uma transformação positiva. A orientação do júri tinha a ver com essa minha visão. Temos que nos preocupar com forma, estilo, mas também com um pensamento transversal: qual é a necessidade, o contexto e melhor solução pensando na complexidade do mundo em que vivemos hoje. O Grand Prix representa muito isso". 

Confira, agora, o ranking das agências brasileiras no Cannes Lions 2017:

Via Meio & Mensagem

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